ARTIGO: DRA. HELENIZA DAMICO
(pediatra)

 

Nos últimos anos temos visto a participação dos pais cada dia mais presentes desde o nascimento dos filhos. Eles acompanham toda dor e desconforto das mães, independente das vias de parto, o que faz esse homem aumentar ainda mais a admiração pela mulher. Mas quando falamos de bebê, eles assumem uma posição expectadora e admiradora. Acham lindo, se emocionam, mas não se atrevem a tocar o bebê com medo de machuca-lo. Quando colocamos seu filho no colo deles, logo já ficam desesperados: “ Doutora, eu não sei pegar”. Minha resposta é: “ se não sabe, aprende! Pegue de um jeito que não vai cair e que não fica com a cabeça solta. O resto se ajeita!”

O colo do pai não é igual da mãe ou da avó. O bebê não tem que ficar aninhado, precisa se sentir seguro. Só isso! Vale lembrar que a maioria das mães escolhe o parceiro porque sentiu um abraço seguro, certo? Então, precisa ficar claro que a figura do pai é segurança e não conforto. Depois dos cuidados e avaliações iniciais, podemos colocar o pai para vestir a primeira roupa, colocar a primeira fralda. A maioria arrepia, treme de medo, mas acaba tendo uma interação única e, principalmente sente-se seguro para auxiliar nos cuidados com o bebê. Assim, entendem que o bebê não quebra e que podem pegar sem medo.

Para aqueles que não tiveram a experiência ao nascimento, não deixem de fazer em algum momento. É uma conexão única para autoconhecimento como pai e para o bebê de saber quem é o pai desde cedo. Já as mães, avós, tias precisam controlar a boquinha para não criticá-los, ficar dando ordens de como devem fazer sem ser solicitadas. Não existe nada mais frustrante do que você querer fazer algo de coração e ainda ser corrigido. Portanto, deixem os pais serem pais. Cuidem de suas funções como mães, avós ou tias. Se o pai não participa e você quer que ele participe, seja clara. Fale exatamente o que espera. Não crie expectativa que o pai vai ser como você deseja. Os homens precisam escutar o que se espera deles. Jamais corrija-os.

Aos pais, briguem e assumam seu papéis, busquem contato físico com seu filho desde o nascimento. Isso contribuirá para termos no futuro um adulto seguro para conhecer e explorar o mundo.

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