Após o nascimento das minhas duas filhas, tenho aprendido que para ser pai é preciso ter otimismo. Cara, não é para qualquer um, assistir, ouvir ou ler jornais todos os dias com notícias negativas, de tragédias, doenças, acidentes, assaltos, mortes, por exemplo, e, ainda assim, ter esperança de um futuro melhor para elas. Mas para melhorar o futuro delas, é preciso GASTAR MEU TEMPO com elas.

Muitos amigos meus pensam que, para ser um pai responsável temos que ter uma vida financeira exacerbada, sucesso profissional, um apartamento maior, um carro mais novo ou espaçoso, trabalhar dobrado, comprar todos os brinquedos que existem, pagar a melhor faculdade e uma festa de casamento de arromba. Será?

Um estudo publicado no “journal of marriage and family” descobriu que adolescentes que passam uma média de seis horas por semana envolvidos em atividades com os pais, como refeições e jogos, não apenas possuem notas mais altas, mas são menos propensos a beber, usar drogas ou praticar outros comportamentos delinquentes.

Quanto mais tempo pais e filhos ficam separados, maiores são os sintomas de ansiedade e depressão relatados nas crianças.

Para o ex-jogador de futebol David Beckham, não basta ser campeão nacional em quatro países diferentes (Manchester United, Real Madrid, Los Angeles Galaxy e Paris Saint-Germain), não basta estar no ranking dos maiores milionários do futebol pela revista Forbes em 2017, nem apenas ser Embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância da UNICEF e ser indicado como um dos homens mais influentes do Reino Unido, ele quer e sabe como ser um bom pai. Li outro dia que ele disse que estar com seus filhos é o maior presente que pode dar a eles.

O global Malvino Salvador, que é notoriamente um ótimo ator, e  já recebeu prêmios pela sua atuação, é pai de três filhas, e falou numa entrevista que assisti que a melhor parte de ser pai é a felicidade de estar junto a elas, de participar da trajetória do crescimento de cada uma.

Eu concordo com eles aí, hein?! A paternidade consciente consiste na postura de não terceirizar a educação de seus filhos, e entender, que “pai não ajuda”, como mero coadjuvante na vida das crianças, e sim os cria de forma positiva e participativa. É estar presente em cada sorriso, em cada primeiro passo, em cada frase completa. É ouvir histórias hilárias, conversas longas em viagens e na hora de dormir. É ir ao mercado e ao shopping, é estar com fraldas, mochila e panos para limpar o nariz. É ter que parar para limpar xixi ou cocô, não importa o lugar. É ter a casa com parede pintada, é ter a decoração com colchonetes impermeáveis e brinquedos para todo lado.

Por fim, a paternidade consciente esbarra nos beijos de bom dia e nos abraços de boa noite, em suma é ter que dividir o seu lugar, e a mulher com um inquilino que não paga aluguel. É sentir saudades de todos esses momentos, porque logo eles crescem, saberão andar e falar direito, se limpar sozinhos, seguirão suas vidas e não precisarão de nós para a maioria dessas coisas.

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